12 novembro 2012

Luisão ou Jardel?


A partir de hoje, o internacional brasileiro está disponível para voltar aos relvados, dado que terminou o castigo que o impedia, desde o célebre jogo de pré-época em Dusseldorf. Com o regresso do capitão encarnado à competição a pergunta faz todo o sentido: deverá Jardel sair fora do onze titular para dar lugar ao camisola 4?

Muito provavelmente, Jesus irá aproveitar o jogo da próxima sexta-feira, para a Taça de Portugal, frente ao Moreirense, para fazer regressar à competição o seu capitão de equipa. Quanto a mim, acho essa opção correcta, pois o adversário embora de qualidade é o mais acessível nos próximos tempos para fazer com que o Luisão consiga adquirir ritmo competitivo o suficiente para ser pelo menos opção.

Escrevo "ser pelo menos opção" e não "o titular", porque considero que o brasileiro Jardel tem feito esquecer o camisola 4 por completo. Na realidade, neste momento não sei o que o Luisão poderá oferecer mais em termos técnicos e tácticos que o Jardel. É um facto que o internacional canarinho tem um capital de experiência e liderança quando devidamente bem empregues em prol da equipa, confere-lha uma alma superior. No entanto, também é bem verdade que para isso já lá temos o argentino Garay... Qual o factor que desequilibra a escolha? O factor de complementaridade do jogador com os restantes elementos que compõem o sector e na globalidade a equipa.

Jorge Jesus vê em Luisão uma extensão do técnico dentro
de campo, e isso pode ser fundamental para o regresso à
titularidade do capitão encarnado.
Melhor dupla: Jardel-Garay ou Luisão-Garay?
A meu ver, existe mais "química" na dupla formada por Jardel-Garay do que na Luisão-Garay. Tal, deve-se graças à complementaridade das características físicas, técnicas, tácticas e mentais do Jardel com Garay. Notar que o Luisão é um líder dentro de campo, assim como o Garay. Logo aqui temos uma espécie de "dois galos para um só poleiro". Depois, em termos de características físicas, o Jardel oferece uma maior velocidade ao jogo, dando à equipa uma profundidade que o Luisão não se sente tão confortável. Em termos técnicos, se é verdade que já vimos o Jardel a perder a bola de forma infantil, também é bem verdade que já o vimos a sair com a bola controlada e a iniciar alguns ataques com algumas incursões. Já o camisola 4, ele prefere utilizar mais o seu excelente passe longo (o Aimar que o diga...), mas é algo que o Garay também possui em grande qualidade. Acho que neste campo, o Jardel não fica aquém do Luisão. Em termos tácticos, ambos têm excelentes sentidos posicionais, muito embora o Luisão bem mais experiente e bem menos aventureiro no ataque, acabe por parecer ter melhor jogo que o Jardel. Contudo, eu não vejo essa diferença assim tão grande.

Sendo assim, o meu veredicto vai para a utilização de Jardel com Garay. De facto, se analisarmos o jogo frente ao Rio Ave da época passada em que a dupla era formada por Luisão e Garay e o jogo desta temporada em que a dupla em campo foi a de Jardel e Garay, reparamos exactamente essa diferença de complementaridades. Não é à toa, que esta dupla de centrais tenha apresentado melhores resultados do que quando Luisão era o titular.

Se é verdade que Luisão parece ser o preferido de Jesus,
em teoria, também é bem verdade que Jardel é um símbolo
da aposta ganha do treinador que o foi buscar.
E uma dupla Luisão-Jardel?
Conforme foi verificado em 2010-2011, quando Jardel chegou à Luz para substituir o brasileiro David Luiz no plantel encarnado, a dinâmica da dupla não foi a melhor. Mais uma vez a questão da complementaridade é fundamental. Embora Jardel tenha algumas características que pudessem pensar que funcionaria com Luisão, a verdade é que a sua não à vontade a jogar pela meia-esquerda do centro da defesa em jogos em que o Benfica necessitava de ser controlador e com a construção de jogo ser praticamente no nosso sector recuado, levou a alguns dissabores.

Tanto Luisão, como Jardel, gostam de jogar sobre o lado direito do centro da defesa. É nessa posição que ambos sentem mais confortáveis. Aliás, um dos factores por o Luisão não se ter afirmado como titular indiscutível no escrete canarinho tem haver com esta característica. Na selecção brasileira, Lúcio jogava sobre o lado direito do centro da defesa e como era o capitão, jogava sempre. Ora quando o Luisão tinha uma oportunidade não era na sua posição de origem, mas sim sobre o lado esquerdo do centro da defesa. Como é óbvio o seu nível exibicional não era o mesmo, nem o seu melhor. Contudo, ainda fez grandes exibições nessa posição e frente a grandes selecções, como por exemplo a Argentina, onde até marcou um belo golo.

Uma coisa é certa, o regresso de Luisão representa um acréscimo de qualidade para as opções de defesa central, que Jorge Jesus terá a partir de agora.

E, para vocês, quem deverá merecer ser o titular a partir de agora? Luisão ou Jardel?

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