19 novembro 2013

"Play off" ou "Play it off"?

Hoje joga-se a segunda parte desta importante eliminatória para ir ao mundial do Brasil, no próximo verão de 2014. Portugal encontra-se em vantagem após o golo de Ronaldo nesta primeira-parte. Será que conseguiremos manter essa vantagem? Ou será que ainda vai haver espaço para Ibra-ca--bra? A não perder!


Duelo de Titans - Parte 2
Ronaldo foi fundamental no jogo da primeira mão deste "play off" de acesso ao mundial do Brasil 2014. Por seu turno, Ibrahimovic teve uma noite muito pouco inspirada e muito distante do que a equipa precisa. Também é verdade que o sueco se adapta melhor a equipas que joguem um futebol mais ofensivo, pois acaba por funcionar como um pivot ofensivo da equipa, desgastando-se menos em avanços e recuos no terreno. O problema é que na Luz, por mais que ele tentasse reter a bola nos pés, teria mais rapidamente dois ou três portugueses ao seu redor que um ou dois colegas de equipa a apoiarem-no. Assim era um pouco impossível fazer mais, para o gigante sueco.

Lá na Suécia, o estilo de jogo dos nórdicos deverá ser completamente diferente - mais ofensivo, com mais gente no ataque - e aí deveremos ter atenções redobradas com o seu camisola 10. Mas, não somos só nós que devemos ter precauções. Na realidade, esta vantagem permite a Portugal poder jogar num estilo de jogo que melhor assenta a equipa: transições rápidas (ou se preferirem contra-ataque). Ronaldo, mas também Nani, João Pereira e Fábio Coentrão são jogadores rápidos nas alas que suportados por Hélder Postiga no centro do ataque e o pulmão João Moutinho no meio-campo poderão fazer grandes moças na defesa nórdica.

Estas deverão ser as estratégias de ambas as equipas, hoje:
  • Suécia: 4-4-2, postura atacante, ataque planeado, posse de bola, utilização de Ibrahimovic como pivot ofensivo.
  • Portugal: 4-3-3, postura defensiva, contra-ataque, transição rápida, utilização das desmarcações e velocidade do extremo Cristiano Ronaldo.

Dúvidas para o onze titular
Tenho duas dúvidas sobre o onze titular nacional:
  1. Raúl Meireles ou William Carvalho.
  2. Hélder Postiga ou Hugo Almeida.
A primeira dúvida prende-se com o reforço defensivo face ao mais que previsível ímpeto atacante dos suecos. Estes irão jogar num claro 4-4-2, que vai pretender ter dinâmica de 4-2-4 (ou até de 2-4-4 se Portugal não conseguir sair da sua área). Como tal, a nossa dupla de centrais irá estar constantemente em sobre-aviso e a jogar praticamente homem-a-homem com a dupla sueca. Para isso, é fundamental termos na posição de médio-defensivo um jogador com outro perfil físico que não seja o Veloso. O William Carvalho é o ideal, pois alia a capacidade física, a uma excelente cultura táctica e a um estilo de jogo que vai muito ao encontro do que Portugal precisa daquele elemento na estratégia que referi. Ou seja, precisa de um jogador que saiba entregar rapidamente a bola a um dos outros médios interiores ou até a um dos laterais. Mas, para a entrada deste jovem jogador não tiraria o Veloso do onze. Tiraria sim o Raúl Meireles. Acho que o Português ao serviço dos turcos do Fenerbarçe, não estã a passar uma fase de grande fulgor. Na Luz, pareceu-me muito lento e muito pouco intenso e disso reflectiu-se imenso a qualidade técnica das suas opções dentro de campo. Por outro lado, com Carvalho a pivot defensivo, Moutinho a interior direito, o ideal seria ter o Veloso a interior esquerdo, pois sendo canhoto, poderia ajudar a fechar o flanco esquerdo, não deixando o Fábio Coentrão tão desprotegido, ao mesmo tempo que libertaria o Ronaldo para funções mais ofensivas. De qualquer das formas, o Meireles poderia ser uma excelente aposta no segundo tempo, por exemplo.

Já a segunda dúvida, penso que optaria pela utilização do avançado do Valência, o Postiga. Nem um nem outro me convencem totalmente. Quem gostaria para aquela posição, joga na equipa adversária... Ibrahimovic. O convocado Éder também não está em grande forma física e quem deveria merecer uma oportunidade pelo que tem jogador recentemente, nem sequer foi convocado. Falo de Nélson Oliveira, pois claro. Assim sendo, e porque penso que devemos apostar numa postura mais expectante e de transição rápida, optei pelo jogador com maior capacidade para combinar com o meio-campo e extremos, naquela zona central do terreno. Aliás, fosse eu o Paulo Bento e dava instruções claras ao "Postigol" para procurar sempre as linhas intermédias, evitando estar encostado aos centrais suecos. Este tipo de movimentações criaria espaços nas costas caso os centrais acompanhassem o Postiga, ou então daria tempo e espaço para o português rodar-se de frente para a baliza, caso os centrais não o acompanhassem. Eu ainda pensei no Hugo Almeida, mas apenas na seguinte situação onde penso que ele é forte: servir de engodo para os centrais, mas ser solicitado pelos colegas num passe para a ala esquerda, trocando de posição com a movimentação com o Ronaldo, um pouco à imagem do lance que Ronaldo enviou a bola à barra no jogo na "primeira parte" deste "play off". Aí Hugo Almeida poderá ser realmente eficaz, pois até tem um excelente cruzamento, e também o seu físico acaba por ganhar na dividida com o lateral direito adversário. O senão desta hipótese é que isso levaria a um enorme desgaste do Hugo Almeida numa fase tão preliminar do encontro. É portanto preferível ter essa solução no banco.


O meu onze
Este seria o meu onze de Portugal esta noite. Apenas uma alteração face ao onze apresentado na Luz: a inclusão do jovem médio-defensivo William Carvalho. As setas amarelas representam um pouco as movimentações principais que gostaria que os jogadores fizessem em campo. Assim sendo, Rui Patrício seria o guarda-redes, Bruno Alves seria o central mais recuado e último homem da defesa, Pepe seria o central de marcação e de antecipação, João Pereira seria o lateral mais defensivo, Fábio Coentrão seria o lateral ofensivo, William Carvalho seria o pivot defensivo, Miguel Veloso seria o médio de transição, João Moutinho seria o médio mais ofensivo, Nani seria o médio-ala/extremo mais posicional, Postiga seria o pivot ofensivo e o Ronaldo seria o extremo/avançado móvel da equipa.


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