06 maio 2016

Vale Tudo...


... para tentarem derrubar o Benfica!

Desde o início desta temporada que já não via um ataque feroz e constante - praticamente diário - ao Benfica. Mais, concretamente à sua equipa de futebol. Primeiro a novela da saída de Jorge Jesus para o Sporting. Depois, o constante rebaixamento deste para com o seu colega de profissão e actual técnico principal dos encarnados, Rui Vitória.

O excesso de agressividade continuou, mesmo depois das vitórias na Supertaça, no dérbie da Luz e com a equipa verde-e-branca na liderança do campeonato. Queriam à força toda derrubar o Benfica e mais do que isso, não o deixarem sequer levantar. Contudo, o Benfica foi sempre unido e apesar dos desaires e da contestação da massa adepta, lá seguiu o seu caminho, na única forma que um verdadeiro campeão segue: trabalhando. Ao ver isso, os adversários foram ainda mais agressivos. Foram os "vouchers", foram os "pseudo-jantares" aos árbitros, foram as críticas de que o Benfica só ganhava com colinhos... E sim! É verdade! Confesso que só ganhamos com o colinho... dos nossos adeptos! Está claro! Enfim, usaram e abusaram de todos os truques de propaganda e difamação.

Mas porquê este comportamento? É simples: dinheiro! O futebol é uma das indústrias mais pujantes em Portugal e uma das indústrias que não exige requerimentos nenhuns a ninguém. Ou seja, um qualquer pé rapado, que com uma boa rede de contactos, pode sair-se bem no futebol nacional. E, o que não falta é gente sem escrúpulos para fazer as tristes figurinhas que vemos serem feita ao longo desta temporada. É a mediocridade nua e crua do nosso futebol.

Passa-se a mensagem de que os dirigentes encarnados são o mesmo. Pessoalmente, acredito que ninguém está aqui nesta indústria pro bono, muito menos os dirigentes encarnados que se fazem pagar bem. Agora, a ética e deontologia de trabalho é completamente diferente. Enquanto para uns vale tudo, para outros vale é o projeto, o trabalho diário e continuo do mesmo e os valores desportivos. Enquanto que para uns o que vale é encher os seus bolsos, para outros o que vale é criar obra. Reparem para o exemplo do norte. Com mais de três décadas de poder, não era para o clube azul-e-branco ter outro tipo de estrutura e suporte mais profissional, dinâmico, inovador e até mesmo auto-suficiente? Nada! Inclusive, copia claramente algumas partes do modelo encarnado para algumas áreas... e todos nós sabemos como as cópias são sempre uma imitação rasca do original. Da mesma forma, acontece do outro lado da segunda-circular. Numa palavra: inveja!

No início desta semana, congratulei o exemplo do Leicester. Clube de pequena e média dimensão, com uma gestão rigorosa e muito profissional, consegue montar uma equipa competitiva que com mais ou menos sorte, sagra-se campeã inglesa. A meu ver, mais do que sorte, houve sim muito competência. E, mais do que competência, houve sim uma atitude e uma forma de estar positiva no futebol. Algo que muito-clube-que-se-diz-grande em Portugal, poderia aprender.

O facto de existir toda esta pressão desmesurável sobre o Benfica, reflecte não só a incapacidade desses clubes jogarem ao mesmo nível que os encarnados no rectângulo mágico, como demonstra a impaciência e a pressão de resultados desses clubes. No caso em concreto, como irá justificar toda a estrutura verde-e-branca o desaire de uma temporada em que o único título conquistado é uma supertaça que nem sequer poderá ser repetida na próxima época? Como irá justificar o técnico Jorge Jesus o seu elevado vencimento se daqui a duas jornadas não conseguir o título de campeão nacional? E o seu presidente Bruno de Carvalho que apostou tudo nesta temporada?

Talvez por aqui, se perceba o porquê do tal jogo da mala que se "suspeita" (penso estar a ser benevolente com esta palavra) estar a acontecer nesta recta final de campeonato. Não me parece natural que um jogador do Vitória de Setúbal tenha ficado a chorar só porque não conseguiu aproveitar uma oportunidade de marcar golo sobre o Benfica... Nem tão pouco a reacção intempestiva de que todos lhe deviam do Sérgio Conceição (técnico do Guimarães), quando ele próprio foi incorrecto durante o jogo... Ou, mais recentemente, com as queixas da arbitragem de Paulo Fonseca no encontro da meia-final da Taça da Liga na Luz,quando o técnico bracarense esteve durante a primeira parte - e numa altura que estava em vantagem no marcador - quase um minuto todo sorridente à conversa com o árbitro... E, isto para não falar de uns jogarem contra a equipa de suplentes e outros a pouparem os titulares para jogarem contra o Benfica. Enfim, como já li algures, é a Liga Nostra! Por isso, é que o futebol nacional continuará a não evoluir. É fundamental haver outro tipo de mentalidade. Uma mentalidade como a do Leicester.


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